Carteiras recomendadas... Recomendo abrir o olho!
- Daniel Meinberg
- 13 de abr. de 2010
- 4 min de leitura
(publicado originalmente em http://blogdodaniel.xpg.uol.com.br/0004.html)
Boa noite, pessoal.
Encerrado mais um pregão apocalíptico pra mim, que continuo comprado em PETR4. No entanto, como opero com objetivo de longo prazo, e as perspectivas da empresa continuam muito boas, espero recuperar em breve a queda de mais de 2% no pregão de hoje. Qualquer hora eu falo pra vocês porque acredito no sucesso futuro da empresa. Tanto acredito que estou comprado nele. Mas esse negócio de recomendar compra nem sempre é uma boa, vejamos oporque.
Hoje vou aproveitar que fechamos 4 carteiras semanais (Ativa, Coin, SLW e Socopa) e publicar um pouco de como vejo essas carteiras. Vou aproveitar para postar hoje porque finalmente a maioria das carteiras bateu o IBOV (ainda que, no acumulado, continuem perdendo).
Abaixo, uma planilha que comecei a desenvolver de forma mais sistemática desde meados do mês passado, para que eu pudesse confirmar uma impressão que tenho: e que infelizmente está se confirmando.

Neste acompanhamento semanal percebemos que das 4 que atualizaram suas carteiras hoje, apenas a Coin teve rentabilidade positiva no período, sendo que em todos os casos, no entanto, apresentassem resultados melhores que o IBOV. Ou seja, 3 das 4 carteiras perderam para quem deixou o dinheiro debaixo do colchão. Diante do que vínhamos aferindo nas semanas anteriores, é um grande avanço!

No acumulado, no entanto, apenas 3 das 7 corretoras que tiveram resultados consolidados estão batendo o IBOV. Menos da metade, o que é preocupante, pois pressupomos que são recomendações feitas por profissionais de primeira linha, com bastante conhecimento. Para agravar, 1 das 3 que está batendo o IBOV está perdendo não só para Selic, poupança, etc., mas até para quem – como disse acima – deixou o dinheiro guardado sob o colchão. Em resumo, considerando o que temos acumulado, o IBOV (acredito que possa afirmar que quase equivale a comprar BOVA11) foi o melhor negócio em 58% dos casos. Apostar na corretora valeu a pena em 28% dos casos, e guardar o dinheiro em casa foi a melhor opção em 14% dos casos analisados. Entendo que 28% é uma taxa de sucesso muito baixa, tendo em vista a expertise dos analistas envolvidos, as ferramentas disponíveis para o trabalho deles, e até o suporte estatístico (um “chute” clássico tem 50% de acerto). No entanto, serve pelo menos para nos lembrar o quão difícil é prever o futuro...
Buscando maior fidedignidade à realidade das operações, exceto quando recebo junto com a carteira recomendada a forma como operá-la, o critério adotado para coleta das cotações (e o IBOV) a partir da semana passada passou a ser:
- se o mercado estava aberto quando a carteira chegou ao meu conhecimento, tomo a cotação de fechamento seguinte.
- se o mercado estava fechado quando a carteira chegou ao meu conhecimento, tomo a cotação do próximo negócio.
Além de perder com frequência acima do esperado para o IBOV, algumas carteiras tem apresentado uma característica que penso ser um problema para o investidor que segue tais orientações: composição de papeis com baixa liquidez.
Recentemente, uma casa havia sugerido SCAR3. No dia da saída da carteira, o primeiro negócio do dia com o papel aconteceu com mais de 5h30 de pregão aberto (faltava menos de 1h30 para fechamento). E foi de um mero lote de 100 ações. Hoje, a carteira da mesma corretora exigia saída de MARI3. O primeiro negócio aconteceu por volta de 10h40.
A questão não se restringe se são boas empresas ou não: quando se compra um papel para renegociá-lo em uma semana, ele precisa ter boa liquidez, sob pena de a entrada e saída rápida do papel (afinal, a nova carteira necessita de aporte para compra dos novos papeis) exigir compra significativamente acima do último preço, e venda abaixo. Em operações semanais,frequentemente de margens curtas, esta característica do negócio com papeis de baixa liquidez pode por o lucro abaixo, talvez até gerando prejuízo ao investidor. Operar por uma semana um papel de baixa liquidez só valeria a pena se houvesse uma informação relevante e ainda desconhecida pelo mercado, mas acredito que nenhuma corretora fundamentaria suas recomendações sobre tal sustentação, especialmente pela ilegalidade contida nessa atitude.
Passa-me a impressão, algumas vezes, que a corretora está mais interessada em faturar com a corretagem de seus clientes do que no bom resultado da carteira desses. É errado a corretora desejar que o cliente opere e gere corretagem? Claro que não! Mas a corretora precisa ser parceira de seus clientes, especialmente quando o investidor deposita tanta confiança nela. Um negócio, para ser bom, tem que ser bom para todas as partes. Não adianta a corretora querer ganhar fazendo o investidor perder.
Por fim, ressalto que dentre as carteiras que tenho recebido com alguma regularidade, talvez exclua a da Concórdia, exatamente pela quebra da regularidade no recebimento da informação. Mas isso é coisa para ser pensada nas próximas semanas, em razão do que vier a acontecer nos próximos recebimentos.
Antes de me despedir coloco-me à disposição pelo e-mail danielmeinberg@hotmail.com. Por algum motivo, a interface de comunicação de retorno não está funcionando corretamente, sendo que em alguns casos (a maioria, parece) sequer é disponibilizado. Os comentários que me forem remetidos, e que não forem ofensivos, publicarei, com prazer, da seguinte forma: copiarei o e-mail integralmente (inclusive informações relativas a nome e e-mail do comentarista), copiarei e colarei após este texto, e republicarei, atualizado.
Abraços, boa terça-feira a todos.
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