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Mais sobre carteiras recomendadas

  • Daniel Meinberg
  • 14 de abr. de 2010
  • 3 min de leitura

(publicado originalmente em http://blogdodaniel.xpg.uol.com.br/0005.html)

Boa noite, pessoal.

Recebi como resposta ao post de ontem uma mensagem, mas a pessoa pediu que não publicasse, e não me disse a razão. Entendi a mensagem como um desafio, e além de ter respondido à pessoa, estou publicando também aqui.

Além de afirmar que criticar é muito fácil – e é mesmo! – a pessoa me perguntou porque eu não proporia carteiras recomendadas, e assim meus conhecimentos poderiam também ser aferidos pelo público.

Bom, eu não recomendo carteiras porque sinceramente não me acho apto a fazê-lo. Não acredito que tenho condições, ferramentas nem conhecimento suficiente para induzir um ou mais investidores a seguir por um caminho ou outro. Creio que tais recomendações exijam, além de responsabilidade, muito conhecimento técnico.

Mas não me furto a apontar quesitos básicos que julgo necessários às carteiras recomendadas:

- Os ativos tem que ter boa liquidez. Todos os recomendados. Quanto menor a periodicidade da carteira, mais líquido deve ser o ativo. Isso facilita a migração de uma carteira recomendada para a seguinte, minimizando risco de perdas na transição.

- As carteiras devem ser sugeridas junto com estratégias de entrada e saída do papel, e em alguns casos até com estratégia de abortar entrada, ou antecipar saída. Isso é fundamental para reduzir riscos inerentes à incerteza dos mercados.

- Para carteiras de curto prazo, a quantidade de ativos deveria ser menor. Para carteiras de longo prazo, a diversificação poderia ser maior. Muitas corretoras já agem desta maneira.

- Cada entrada ou saída de ativo recomendado deve ser justificada para que o investidor tenha condições de entender as razões, e verificar se concorda com a estratégia proposta. As justificativas devem ser em linguagem bastante simples, pois em geral quem segue recomendações de carteira é o investidor menos experiente. É comum ver justificativas de entrada, mas não vejo as de saída dos papeis.

- As recomendações anteriores deveriam ser analisadas junto com a recomendação atual, apontando erros e acertos, permitindo que o investidor entenda melhor os riscos assumidos pela casa nas suas análises. Nunca vi ninguém fazer isso. E, se um dia fizerem, acho difícil que o façam com isenção, especialmente em relação a erros.

- Por fim, acredito que essas carteiras deveriam ser acompanhadas pela CVM. Ao menos as que são publicadas pelas corretoras, pelos bancos ou outras instituições reguladas pela CVM ou pelo Banco Central, fiscalizando eventuais manipulações de mercado.

Agora, se meu nome fosse Alice e eu achasse que este é um mundo ideal, povoado por pessoas boas, bem intencionadas e fraternas, que o comunismo fosse algo viável se o Papai Noel fosse presidente e o coelhinho da Páscoa fosse seu chefe de gabinete, ou que as corretoras quisessem o sucesso de seus clientes junto com o delas, iria além: desnecessário dizer que o mercado oscila, e que há momentos que investir em ações não é a melhor opção, correto? Então, principalmente as casas que possuem leque maior de opções de investimentos, deveriam sugerir também percentuais de alocação em outras aplicações, de características e riscos diferentes. Uma recomendação de prazo mais longo, bem mais ampla, alocando percentuais em ações, derivativos, CDB, fundos cambiais, e até poupança ou fundos de previdência, discriminando em quais ações, em quais derivativos, em quais moedas, e porque os percentuais em cada um deles, etc. seria um sonho. O passo seguinte seria uma carteira recomendada personalizada, que já é oferecido por alguns bancos aos clientes “especiais”, “preferenciais”, “top”, “mega ultra top máster plus” ou que nome queira dar àqueles clientes que realmente são tratados melhor do que nós, porque dão mais lucro ao banco.

Pessoal, nunca – NUNCA – se esqueçam: no mercado, para alguém ganhar outro tem que perder. Então, eu recomendo uma carteira que ME faça ganhar, ainda que você, que confia em mim, perca.

Uma ressalva importante: ontem eu não recomendei ninguém a comprar PETR4. Apenas informei que estou comprado em PETR4. Outra hora eu posso até falar pra você porque eu acredito que seja uma boa aposta, mas não estou recomendando ninguém a fazer isso. Agora, se alguém quiser arriscar e me seguir, ainda que sem saber porque, hoje a pessoa teve oportunidade de entrar 6% mais barato que eu entrei (e que estou remando com ela, fazendoday trade e lançamentos cobertos para fazer um dinheirinho enquanto ela não se resolve).

Abraços, boa quarta-feira a todos.

 
 
 

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