PETR4 ou JBSS3? Porque?

(publicado originalmente em http://blogdodaniel.xpg.uol.com.br/0011.html)

Boa noite, pessoal.

A semana mal começou e já mudei minha estratégia: saí de PETR4 e entrei em JBSS3. Porque?

Primeiramente, afirmo que continuo apostando no futuro da Petrobras. Pretendo permanecer comprado em JBS por pouco tempo, apenas para operar uma estratégia específica enquanto a Petrobras não se resolve.

Comecei a estudar JBSS3 quando vazou a informação de que o consórcio vencedor do leilão da usina de Belo Monte fora o composto por Queiroz Galvão, Mendes Júnior, CHESF, Bertin, etc., mas a informação não era oficial em razão de mais uma liminar envolvendo este processo.

Um breve esclarecimento a respeito de liminares, lembro que, há aproximadamente 12 anos, tivemos outro processo que foi envolvido em uma guerra de liminares: a privatização do Sistema Telebrás. É natural, portanto, que estes projetos governamentais de maior vulto (sem entrar em méritos de razoabilidade, honestidade, ética nos propósitos dos governantes, etc.) sejam acompanhados de batalhas judiciais, sem que isso represente um risco tão significativo: a Telebrás foi privatizada em julho de 1998, os vencedores dos lotes assumiram as empresas, e até hoje

Imediatamente, percebi que algumas ações de controladores não tinham liquidez, como as ações da Mendes Júnior (MEND5, MEND6, etc.). Com maior liquidez, encontrei a da JBS (JBSS3). Para quem não sabe, a JBS é controladora da Bertin. Naquele momento, JBSS3 ainda estava cotada em R$ 8,60, alta de pouco mais de 1% em relação ao fechamento de ontem. Comecei a analisar gráficos e acompanhar o desempenho do papel. Ele foi subindo. R$ 8,61... R$ 8,62... Estabilizou em R$ 8,63 por uns minutos. Logo após eu colocar a ordem a R$ 8,63, veio um volume maior de ofertas de compra. Provavelmente, naquele momento a 3ª liminar havia sido cassada (confiante que a liminar seria cassada mais tempo, menos tempo, simplesmente abandonei as notícias e me concentrei nas análises, para otimizar o tempo. Assim, não sei se houve tal coincidência de horários), e o processo voltaria a andar. As ofertas de venda a R$ 8,64 desapareceram do book em um piscar de olhos. Cancelei minha ordem parcialmente executada a R$ 8,63 e comprei o restante dos papeis a R$ 8,65.

Apesar das decisões tomadas com rapidez em geral serem equivocadas, neste caso parece que acertei: o papel não retornou hoje a R$ 8,63, renovou máxima a R$ 8,68 e fechou o pregão regular em R$ 8,66. No After Market (entre 17h45 e 19h) também fechou em R$ 8,66. O futuro nos dirá se acertei ou errei ao fazer a mudança. Uma coisa, no entanto, afirmo que errei: quando vi as ordens a R$ 8,64 desaparecerem, imaginei que viria um rallye imediatamente, o que não ocorreu.

Para quem gosta de análise gráfica, podemos verificar que JBSS3 tem uma resistência em R$ 8,70. Acredito, entretanto, que um evento desta magnitude será suficiente para rompê-la e talvez levá-la à resistência seguinte, em R$ 9,74. É possível que eu esteja errado, pois não rompeu hoje, e talvez até voltar ao suporte anterior, em torno de R$ 7,70. Se o rompimento se confirmar, será uma operação que me renderia em torno de 12%. Não estou tão otimista. Vou acompanhar o papel nos próximos pregões, e – como apregoa “Os Axiomas de Zurique” – vou realizar o lucro mais cedo. Ainda não consigo afirmar em que patamar pretendo vender os papeis.

Há riscos na operação. Claro que há! Sempre há! Por exemplo, o MPF ameaça pedir a anulação do leilão. Se isto acontecer, o risco de ter prejuízo aumenta consideravelmente. Se tivesse vendido no fechamento hoje, no entanto, teria embolsado uma grana com Day Trade. Preferi apostar no sucesso do processo, especialmente porque o Governo Federal vem “tratorando” tudo no Congresso e nos Tribunais. Como Belo Monte está na pauta do dia, acredito que o empenho do Governo será maior para que o processo não emperre, o que torna a operação um pouco menos arriscada. Mas tenho que manter com um olho no peixe e o outro no gato. Afinal, as votações dos projetos de interesse da Petrobras deverão acontecer no Senado nos próximos 30 dias.

Ressalto que acredito mais nos fundamentos e no potencial da Petrobras do que no potencial da JBS. Sendo assim, pretendo voltar à PETR4 assim que ela fizer fundo (tem muita gente afirmando que a cotação buscará a casa dos R$ 31,xx, ou até menos) e estiver com um lucro minimamente razoável em JBSS3. Alternativamente, posso sair da operação com JBSS3 se ela disparar nos próximos dias. Afinal, lucro bom é lucro no bolso.

Abraços, boa quarta-feira – feriadozinho em boa hora – a todos.

#Bolsa #investimento