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Como eu comecei a operar

  • Daniel Meinberg
  • 22 de abr. de 2010
  • 4 min de leitura

(publicado originalmente em http://blogdodaniel.xpg.uol.com.br/0012.html)

Boa noite, pessoal. Como foram de feriado?

Minha primeira encomenda! Pediram para que eu contasse como comecei a operar. Receber um pedido desses transmite a sensação de que estão interessados no que estou escrevendo, e isso é muito gratificante para quem escreve – principalmente para quem está começando, como eu – e nem sempre consegue saber como estão recebendo “do outro lado”. Especificamente este chegou de uma pessoa que não opera, mas está querendo aprender. Acho isso ótimo. Excelente! Que quando entrar, que entre para ganhar. Então, é com prazer que atendo a este pedido. Agradeço, até, e permaneço à disposição para falar sobre o que vocês quiserem (desde que eu tenha uma mínima noção do que vá falar, para que não seja uma asneira total).

Como hoje é feriado, dia de descansar, vai ser legal atender ao pedido justo hoje, e falar de forma descontraída de um pouco sobre mim, e uns poucos erros e acertos. Em outras oportunidades tentarei apresentar as operações de uma forma que fique mais clara as razões dos erros, dos acertos e, principalmente, o que estou aprendendo. Fiquem à vontade para compartilhar suas experiências também. Acho que temos muito a ganhar quando dividimos experiências. Dividir, neste caso, é sinônimo de somar.

Bom, para quem não me conhece, desde pequeno eu gosto de números. Alguns casos interessantes relacionados a números de quando eu era moleque são contados até hoje pelos meus pais e tios. Por exemplo, com 6 anos, eu conseguia somar os produtos registrados pela caixa de supermercado em tempo real, apresentando o resultado final antes do comando da máquina. Com 9 anos, eu viajei de Belo Horizonte a Vitória com 2 tios, fazendo cálculos de média horária constantemente. Com 11, acompanhava no Estado de Minas as cotações e variações de ações no pregão anterior e, certa vez, quando quebrei um cofrinho e fui com minha mãe a uma agência bancária abrir uma caderneta de poupança, a gerente veio fazer graça: “quer dizer que o senhor resolveu investir em caderneta de poupança?” e tomou uma resposta inocente de uma criança: “não sei se aplico em poupança ou se compro ações da CEMIG”. Garanti gargalhada para muita gente que estava na agência. À época, por volta de 1983, asações da Cemig (não me pergunte se ON ou PN – seria demais tentar lembrar disso também) custavam em torno de 1,00 unidade monetária da época, e eu conseguiria comprar umas 10 ações.

Tratando com seriedade meus investimentos em ações, em 2000 fiz meu primeiro investimento em um fundo de ações incentivado pela imprensa, naqueles “oba oba” tradicionais das altas. Peguei um topo. Bem feito: quem mandou acreditar no que os outros falam sem investigar se é verdade? Passei algum tempo descrente com investimentos em ações. Mas novos investimentos em fundos depois, mais conhecimento adquirido, em plena crise de 2008 decidi assumir as rédeas dos meus investimentos em ações: dia 31/10/2008, quase no fim do pregão, comprei meu primeiro lote de ações através de uma corretora: 100 ações do Banco do Brasil ON (BBAS3) a R$ 14,50. Custos da operação: R$ 29,45 (corretagem variável com tarifa cheia da Bovespa, etc.). Dias depois, dia 04/11/2008, vendi a R$ 16,09, realizando lucro bruto de quase R$ 110,00, ou mais de R$ 90,00 líquidos. Sobre um investimento de menos de R$ 1.500,00 representaram mais de 6% em 4 dias corridos (ou 2 pregões, pois 01/11/2008 foi sábado e 02/11/2008 foi domingo). Gostei disso! E comecei a brincar com frequência. No mesmo dia 04/11/2008 emendei uma compra de UBBR11 (Unibanco Units) a R$ 14,51, realizada em 08/12/2008 a R$ 15,81. Mercado em alta é uma maravilha!

Minha operação seguinte em BBAS3, inclusive, já foi bem mais significativa: comprei 1.000 ações em 12/11/08 a R$ 13,61 e vendi no dia seguinte a R$ 14,06. Dos R$ 450,00 de lucro na operação, deixei mais de R$ 180,00 em custos (corretagem e emolumentos) e percebi que uma operadora com corretagem fixa poderia ser bem mais interessante para mim. Como não gostei da ideia de pagar 40% do resultado para um sócio que não assumia risco algum, sem contar o que “Sócio-Governo” leva, troquei de corretora algumas vezes. Ainda não estou plenamente satisfeito, mas vá lá.

Com relação ao “Sócio-Governo”, nem quero comentar esse negócio de transformar parte razoável do meu trabalho em corrupção e Bolsa Família. Hoje não, pelo menos. É por isso que eu procuro mecanismos de pagar menos Imposto de Renda legalmente, como o esquema de recolher dividendos (se não se lembra, veja o texto que publiquei domingo passado).

Naturalmente, nem sempre ganhei. Aliás, tive algumas operações verdadeiramente desastrosas. Na pior delas, perdi mais de R$ 16.000,00 em uma única unidade individual de operação, dia 13/03/2009. Uma sexta-feira 13. E com opções. Se pra você R$ 16.000,00 não é muito dinheiro, pra mim é. Ainda mais para perder assim, de forma tão estúpida. Mas só hoje consigo enxergar isso. Valeu o aprendizado.

Sim, aprendi muito com meus erros. Muito mesmo. Uma das coisas que aprendi, por exemplo, é que não perder às vezes é mais importante do que ganhar. Tente ganhar sempre (ou quase sempre), ainda que pouco a cada operação, e seu resultado final será muito melhor. Acredite! Se não acreditar no que estou te falando, o mercado vai te mostrar isso. Mas enquanto eu estou te falando de graça, o mercado vai te cobrar por esta lição. E pode ser que o preço seja alto. Aos poucos vou contando pra vocês meus erros e acertos. Mas tanto é fato que tenho aprendido que recuperei as minhas perdas, fiz um dinheirinho, deixei emprego (concursado em empresa pública, pingando em conta religiosamente todo dia 20 uma grana que me deixava completamente despreocupado com contas) e hoje sou mais feliz. No fundo, felicidade é a única coisa que vale a pena nesta vida. Esta é a maior lição que tirei até hoje, e não foi o mercado que me ensinou isso: foi minha família e meus amigos.

Abraços, boa quinta-feira a todos.

 
 
 

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