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O que é difícil no Mercado Financeiro

  • Daniel Meinberg
  • 14 de mai. de 2010
  • 3 min de leitura

(publicado originalmente em http://blogdodaniel.xpg.uol.com.br/0031.html)

Boa noite, pessoal.

A lógica do mercado é elementar: compre barato, espere valorizar, venda caro. Simples, não é verdade? Então vamos complicar: quando está caro e quando está barato? Está barato quando venderam muito mais do que deviam (e vão começar a comprar) e está caro quando compraram muito mais do que deviam (e vão começar a comprar). E já enrolei vocês por 5 linhas no texto de hoje falando coisas óbvias.

Basicamente, há duas formas de tentar identificar quando um papel está barato ou está caro: através da análise fundamentalista e da análise técnica. A análise fundamentalista suporta-se sobre os dados da empresa como lucratividade, endividamento, perspectivas futuras, pagamentos de dividendos, etc. A análise gráfica nem olha para isso: só quer saber de olhar para o gráfico do ativo. Na maioria das vezes não sabe a situação da empresa e algumas vezes sequer sabe de que empresa se trata.

Para ser bom em análise fundamentalista é necessário que você tenha domínio de economia e contabilidade, e acompanhe quase em tempo real notícias sobre a empresa, sejam as originadas na própria empresa (novos contratos, fusões, etc.) ou no mercado (regulamentações, movimentos dos concorrentes, etc.)

Por outro lado, se você tomar um gráfico passado de um ativo qualquer e, antes de se debruçar sobre ele, tampá-lo, e começar a descobri-lo gradualmente, tentando adivinhar para que lado o papel andará nos momentos seguintes, vai perceber que à medida que for percebendo como “funciona” cada papel, seu grau de acerto sobre os movimentos seguintes vai aumentar. Pode parecer loucura, mas isso acontece, apesar de não haver muita lógica nisso. Acontece tanto que várias pessoas – a maioria, por sinal – operam em bolsa exclusivamente com base nisso: a análise técnica.

É possível ser um profissional com domínio quase absoluto de cada uma dessas técnicas? Sim, claro que é! E tem gente que é muito boa mesmo nisso. Mas isso não é garantia de sucesso. Tem um danado de um componente emocional em todo ser humano que, se não for muito bem controlado, derruba qualquer um. Isto porque, por mais que se domine uma ou outra técnica, o comportamento do mercado não é uma ciência exata.

Por exemplo, mesmo que um fundamentalista tenha se cercado de todos os cuidados na análise de uma empresa e esteja acompanhando de forma onipresente todos os fatos geradores de notícias que interferem no seu desempenho, um movimento especulativo sobre esse ativo pode derrubar seu potentado de segurança, gerando pensamentos atravessados como “será que aconteceu alguma coisa que eu ainda não sei?”, ou “será que eu errei em alguma análise?”. Se neste momento o emocional não for controlado, provavelmente levará a tomar uma decisão equivocada e fazer um mau negócio.

O analista técnico também sofre para controlar suas emoções. O sujeito se especializa na análise do papel, sabe tudo a seu respeito (no que tange a análise técnica), sabe que corretoras costumam comandar a especulação no ativo, mas quando a coisa sai do padrão, a insegurança bate sobre ele e é extremamente comum vender na hora errada, ou comprar na hora errada.

No frigir dos ovos, mais importante do que ter domínio de alguma técnica, é ter domínio do seu emocional. Quem consegue efetivamente dominar suas emoções ao operar é um profissional que está entre os 10% melhores operadores, ainda que seja apenas mediano nas análises.

Hoje, o que procuro para mim é desenvolver um pouco meus conhecimentos em análise técnica, um pouco menos em análise fundamentalista, acompanhar os cenários macro e, principalmente, tenho tentado controlar minhas emoções ao operar, tentando seguir fielmente as estratégias que tiver traçado. E como isso é difícil! Mas uma coisa já está clara para mim: quanto mais conhecimento eu adquiro, quanto mais aprimoradas forem minhas estratégias antes de entrar em uma operação, mais fácil é controlar o meu lado emocional, o que amplifica o potencial de sucesso nos meus negócios.

Considero este assunto tão sério que pretendo escrever outras vezes a respeito, apontando onde identifiquei que o emocional me atrapalhou, mas farei isso com calma mais para frente. Uma coisa que quero ver, por exemplo, é a quanto vai minha pressão arterial e a quanto vão meus batimentos cardíacos quando entro estou prestes a entrar, quando entro, quando estou acompanhando o andamento, quando estou prestes a sair e quando saio de uma operação mais arriscada.

Abraços, boa sexta-feira a todos.

 
 
 

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