Estratégias com Títulos Públicos
- Daniel Meinberg
- 3 de jun. de 2010
- 3 min de leitura
(publicado originalmente em http://blogdodaniel.xpg.uol.com.br/0068.html)
Boa noite, pessoal.
Como vimos, temos 5 alternativas de investimentos em títulos públicos, sendo 2 pré-fixadas, 2 atreladas a índice inflacionário e 1 atrelada à SELIC:

Ao definir nossa estratégia, a primeira coisa a definir é se precisamos ou não do pagamento semestral dos juros (parcelas periódicas). Caso seja necessário contar com este aporte financeiro, temos apenas 2 opções: LTN (juro pré-fixado) e NTN-B Principal (juro indexado à inflação). Caso não seja necessário, possivelmente será mais interessante optar por receber o valor integral no final do contrato, com os juros sobre juros trabalhando a seu favor, e então temos 3 opções: NTN-F (juro pré-fixado), NTN-B (juro indexado à inflação) e LTF (juro indexado à SELIC). Esta decisão depende da situação econômica do investidor, e sua programação financeira. Sendo assim, faz parte da estratégia individual de cada um.
Caso a opção seja por receber os pagamentos semestrais, o passo seguinte é avaliar se a inflação está em tendência de alta ou de baixa. Para subsidiar nossa avaliação, o Relatório FOCUS, emitido semanalmente às segundas-feiras pelo Banco Central, aponta o consenso de analistas de mercado consultados, e permite bom balizamento. Em momentos de tendência de alta inflacionária devemos optar pelos títulos pós-fixados, pois ao aumentar o índice, a remuneração pelos seus títulos também aumentará. Assim, o melhor é optar pela NTN-B. Analogamente, em tendência de baixa temos o cenário inverso, e a melhor opção é a LTN (juro pré-fixado, assegurando o valor do juro, o que consequentemente também valoriza a cota).
Caso tenhamos condições de aguardar até o fim do contrato para receber o valor, temos opção de avaliar também a SELIC. A tendência da SELIC também pode ser vista no Relatório FOCUS. Assim, se a tendência da SELIC é de alta, e de inflação é de baixa, melhor optar pela LTF (com juro indexado à SELIC). Por outro lado, se a tendência da SELIC é de baixa, e de inflação de alta, melhor optar pela NTN-B (juro indexado à inflação). Agora, se ambas (SELIC e inflação) estão em tendência de baixa, melhor optar pelo NTN-F (juro pré-fixado, assegurando o valor e com conseqüente valorização da cota). Por fim, se ambas estão em tendência de alta, deve ser avaliada qual das duas está com tendência mais forte, e optar pelo título atrelado a ela. Em resumo: opte por títulos indexados ao indicador com tendência mais forte de alta. Caso ambos estejam em tendência de baixa, opte pelos títulos pré-fixados.
A razão para estas opções decorre de algo fácil de observar: no caso de taxas pré-fixadas, quando os indicadores de referência (inflação ou SELIC) estão subindo, o valor da cota tende a cair, e vice-versa. Isto acontece porque à medida que os percentuais do índice sobem, com os títulos pós-fixados precisaremos de menos capital para obter o mesmo retorno. As cotas dos títulos pré-fixados corrigem naturalmente, então.
Em qualquer um dos casos acima, monitorar a tendência do mercado é importante para avaliarmos a oportunidade de permutar os títulos. Por exemplo, se estávamos em tendência de alta inflacionária (e comprados em NTN-B) e o mercado tende a virar, devemos estudar a substituição por LTN. Como o Banco Central assegura liquidez semanal (realiza recompra àsquartas-feiras), operar as trocas em momentos adequados maximiza seus ganhos, e até aumenta seu capital.
O aumento de capital é possível em função da flutuação dos valores das cotas pelo mercado, decorrente das oscilações dos indicadores e do juro que será pago, ou seja, situação similar à que ocorre com os fundos imobilários, com exemplos mais bem detalhados na publicação de 02 de maio último sob o título “Estratégias para Fundos Imobiliários”: (http://www.blogdodaniel.xpg.com.br/0021.html).
Abraços, boa quinta-feira a todos. Amanhã não publicarei, em razão do feriado. Até sexta!
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