Como “funcionam” os juros
- Daniel Meinberg
- 8 de jun. de 2010
- 3 min de leitura
(publicado originalmente em http://blogdodaniel.xpg.uol.com.br/0073.html)
Boa noite, pessoal.
Começando do começo, juros, ou taxa de juros, de forma bem simplista, é a remuneração do dinheiro. Se você está emprestando o dinheiro, você recebe juros. Se você está tomando emprestado, você paga juros. Salvo raríssimas exceções (ex: empréstimo de pai pra filho, que ao invés de juros costuma ter calote), nos empréstimos temos taxas de juros envolvidas. Quando tratamos com instituições financeiras, a diferença entre o quanto você paga quando pega emprestado e quanto você recebe quando investe o seu dinheiro já é oooooutra história, e eu não pretendo falar disso aqui hoje.
A taxa de juros para cada empréstimo é definida tomando-se por base algumas variáveis, como tempo, riscos envolvidos, custos de oportunidade e, mais importante do que todas estas, a lei da oferta e da procura. Claro, existem outras variáveis, mas entendo que só estas – que são importantes – já demonstram a enorme complexidade de se tentar definir uma taxa de juros.
Rapidamente, apenas para dar uma noção dos conceitos, custo de oportunidade é o risco de perder outra oportunidade de negócio que porventura possa aparecer por estar com o dinheiro “preso”, e os demais riscos envolvidos podem ser de crédito (risco de calote), de liquidez (existência de mercado para negociar o título da dívida, se necessário) ou de mercado (oscilação no preço do título).
Os juros podem ser simples ou compostos. Apesar dos juros simples serem bem mais (como o próprio nome diz) simples de serem calculados, os juros compostos (que são calculados por progressão geométrica) é que são os usualmente utilizados pelo mercado, que adora ver os números crescerem rapidamente, principalmente o valor da dívida dos devedores inadimplentes.
Os juros simples são aqueles que, definidos o valor inicial e a taxa de juros, todo mês acumula o mesmo valor. Por exemplo, se alguém empresta R$ 100,00 a juros simples a 1% ao mês por 12 meses, terá direito a juro de R$ 1,00 a cada mês e, ao final do ano receberá R$ 112,00, conforme a tabela abaixo:

Já no caso dos juros compostos, mensalmente o valor dos juros é calculado sobre o valor acumulado até o mês anterior.

Note a pequena elevação do valor da dívida mensalmente, mas perceba que este valor distancia-se da tabela de juros simples a cada mês. Quanto maior o prazo e maior a taxa de juros, maior a diferença entre a remuneração por juros simples e juros compostos. Na tabela abaixo, simulamos o empréstimo de R$ 100,00 em 3 períodos e 2 taxas distintas:

Enquanto para prazo de um período (no caso, um mês) juro simples ou juro composto não faz diferença alguma, quando o prazo cresce, faz toda a diferença.
Convenhamos, ainda que cause desespero aos devedores, os juros compostos são mais justos, pois a partir do momento que vence o prazo, o proprietário do capital (aquele que emprestou o dinheiro) teria que receber o valor inicial mais os juros do primeiro período. Uma vez que não recebe, é justo que seja remunerado sobre todo o novo montante para o período subsequente. E assim sucessivamente, elevando o montante em progressão geométrica. Por exemplo, se ele emprestou 100,00 a 1% ao mês, ao fim do 1° mês ele teria que receber 101,00. Como não recebeu, é como se tivesse começado um novo empréstimo, agora de 101,00 a 1% ao mês.
Entender este mecanismo é fundamental para sua educação financeira. Caso tenha fica dúvida, não hesite em perguntar ou pesquisar. Mais: acredito que valha o esforço de ser credor ao invés de devedor: deixe os juros compostos trabalhando para você, e não contra você.
Abraços, boa terça-feira a todos.
Posts recentes
Ver tudoHoje é dia de "pegar o elevador" para alugar melhor, mais rápido e mais tranquilamente seu imóvel residencial: testamos o app...
Você prefere ler um livro físico ou um digital? Para os que ainda não experimentaram, e para os que preferem o livro digital, espero que...
Ontem escrevi para o Educando seu Bolso algo relacionado à minha impressão de comprar um imóvel da Caixa, o que fiz no final do ano...