Depois da Grécia, Atenção com o Japão

(publicado originalmente em http://blogdodaniel.xpg.uol.com.br/0003.html)

Boa tarde, povo.

Algumas notícias recebidas hoje cedo, e que devemos estar atentos a elas nos próximos meses. Nenhuma delas deverá ter impacto imediato, mas servem como alerta:

A primeira informação a ser destacada, publicada pelo The Economist no sitehttp://www.economist.com/debate/overview/170&sa_campaign=debateseries/debate47/events/hp/panel/?source=hpevents?sa_campaign=twitter aponta um respeitável percentual de 59% (em 11/abr/2010 – 12h05) de participantes da enquete apontando que a economia alemã está excessivamente dependente de suas exportações.

Outra notícia desagradável, em minha opinião ainda mais preocupante, foi publicada pelo Business Channel, um site de notícias econômicas australiano, na URLhttp://www.skynews.com.au/business/article.aspx?id=450090: apesar da Grécia estar em destaque, a situação da economia japonesa é muito preocupante, com expectativa de que os próximos dados apontem endividamento da ordem de 200% do PIB (PIB estimado para 2010 em torno de 475 trilhões de yenes, endividamento estimado por volta de 950 trilhões de yenes ou, em dólares, números orbitando em torno de US$ 5 trilhões e US$ 10 trilhões, respectivamente). O alarme foi disparado pelo economista-chefe do instituto de pesquisas econômicas japonês,Daí-ichi Life Reserarch Institute, Hideo Kumano. Segundo ele, se esta situação não for equacionada e não começar a ser revertida, há o risco de quebra da economia japonesa já em 2011.

A situação atual da economia japonesa naturalmente é consequência da grave crise econômica que assolou o mundo em 2008 e 2009, levando a eles baixa demanda de consumo, altos níveis de gastos públicos, além da espiral deflacionária que acompanha o país desde os anos 90.

Esta notícia reforça o que o Standard Poor´s havia alertado em janeiro a respeito da economia japonesa.

Por outro lado, o estrategista do Mitsubishi UFJ Securities, Katsutoshi Inadome, afirma que o risco de calote japonês é baixo, em razão do bom nível de reservas do país, e pela força do setor privado. Segundo ele, uma crise japonesa nos moldes da crise grega é algo improvável.

Vale ressaltar que o nível de endividamento, por si só, não é uma tragédia: o endividamento do Reino Unido atinge algo em torno de 260% do PIB atualmente, e não implica em uma crise.

A situação japonesa, no entanto, é um pouco distinta da situação do Reino Unido. O pico de crescimento da economia japonesa na última década foi registrado em 2004, quando atingiu 2,7%. Nos últimos dois anos, o país apresentou-se recessivo, com recuos de 1,2% (2008) e 5,2% (2009).

A recessão japonesa nos últimos anos desestimulou o consumo interno, e a arrecadação de impostos caiu junto, agravando este quadro. Como lembra o Sr. Hideo Kumano, é necessário que a economia japonesa volte a crescer, para que a arrecadação tributária também se recupere, permitindo a reversão do cenário negativo.

O governo japonês pretende apresentar até junho uma nova estratégia econômica, com objetivo de reverter este cenário econômico negativo, estabelecendo metas de crescimento anual da ordem de 2%, com foco no desenvolvimento, na saúde, turismo e mais relacionamento com o restante da Ásia.

Para o pregão de amanhã, no entanto, também segundo o Business Channel, o mercado acionário australiano apontava nesta manhã para abertura hoje a noite em alta. Muita coisa acontecerá até lá, no entanto, mas é uma boa sinalização, especialmente demonstrando que essas informações não deverão afetar imediatamente os mercados.

Agora, a notícia mais desastrosa do dia foi que o ganhador da Mega Sena de mais de R$ 46 milhões não fui eu! Quando eles vão aprender a sortear os números certos? 

Abraços, boa semana a todos.