Investimentos em Energia Solar
- Daniel Meinberg
- 15 de jul. de 2015
- 3 min de leitura
(publicado originalmente em http://educandoseubolso.blog.br/2015/07/14/investimentos-em-energia-solar/)
Pode parecer estranho associar energia solar e finanças pessoais mas estamos caminhando para um cenário em que investir em energia solar, além de contingência limpa para o corte no fornecimento pela concessionária (CEMIG, Light, Eletropaulo, CESP, EDP, etc.), pode representar economia de dinheiro em médio e longo prazo.
Apesar do investimento relativamente alto, considerando os recentes aumentos – e a perspectiva do Banco Central informada em junho de inflação da energia superior a 40% em 2015 – a viabilidade do retorno do investimento está cada vez mais presente, mesmo com as elevadas taxas de juros praticadas no Brasil. Já temos casos de retorno do investimento em menos de 5 anos. Considerando que, em média, um projeto bem feito tem vida útil média de 25 anos, além de se pagar rapidamente, gera até 20 anos de energia praticamente gratuita (mesmo que você gere mais energia do que consome é necessário pagar taxa mínima à concessionária de energia).
Alguns pontos relevantes acerca da utilização da energia solar:
– energia limpa: se você possui consciência ecológica terá em mente que a energia que você consome não está queimando petróleo (usinas termoelétricas), por exemplo. É altamente sustentável, portanto.
– deve-se segregar a energia fotovoltaica do aquecimento solar. Aquecimento solar é uma solução que exige menor investimento mas aplica-se apenas a aquecimento de água. Energia fotovoltaica aplica-se a todas as outras necessidades energéticas de seu imóvel. A energia fotovoltaica poderia atender também ao aquecimento de água, mas como o seu custo de implantação é muito maior, economicamente é mais inteligente segregar. Desta forma seu investimento retorna mais rapidamente.
– a concessionária é normativamente obrigada a comprar seu excedente de energia, gerando créditos que podem ser utilizados em até 30 meses.
– a energia só é gerada durante o dia. À noite você precisa de energia armazenada em banco de baterias ou do fornecimento da energia pela concessionária. Como você pode gerar excedente e fornecer à rede pública durante o dia, é prudente que você dimensione seu sistema para gerar tal excedente durante o dia, consumindo créditos à noite. Como as baterias ainda são caras e de baixo desempenho, manter a rede pública como armazenador de energia ainda considero ser a melhor opção.
– em dias nublados a geração será menor. Insolação menor implica em geração menor.
– o pico da geração de energia ocorre por volta de meio dia. Se for possível, concentrar o uso de energia por volta deste horário é o ideal.
– sistemas implantados no Norte e Nordeste tem desempenho melhor do que os implantados no Sul e Sudeste, tudo por causa da inclinação da Terra (e consequente insolação). Mas não se preocupe: na Alemanha, por exemplo, o rendimento é bem menor do que o nosso pior caso e os sistemas tem se mostrado bastante atrativos.
– se você tiver dois imóveis na mesma localidade pode gerar créditos em um e consumir no outro, desde que as instalações estejam com o mesmo CPF.
Para concluir, um alerta: a viabilidade do retorno do investimento vai por água abaixo caso você precise tomar empréstimo para implantá-lo. Porque se as taxas de juros para seus investimentos já são altas, para contrair financiamento os juros são ainda mais absurdamente altos no Brasil. Portanto, economicamente só vale a pena se for investir com recursos próprios. Se ainda não é o seu caso, planeje-se. Mesmo porque, com o tempo, os equipamentos estão se tornando melhores, mais eficientes e mais baratos, ou seja, se hoje já é um bom investimento, em breve será uma ótima sacada. Novamente, quem se planeja para pagar à vista leva vantagem. Vale a pena, portanto, planejar este investimento antes de implantá-lo. Caso você já tenha o dinheiro em mãos, sugiro avaliar com carinho esta possibilidade, pois pode estar diante de uma oportunidade de investimento que trará retornos melhor do que a Selic, títulos públicos, CDB, LCI, LCA, etc.
Até a próxima.
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