Sobre o risco de crédito mal analisado
- Daniel Meinberg
- 16 de jul. de 2016
- 2 min de leitura
Impressionante como é mal feita a análise de crédito pelas instituições financeiras no Brasil! No momento da concessão, sequer são checados os telefones informados pelo tomador. Digo isto porque acontece comigo – e com algumas pessoas próximas – ligações inoportunas, inconvenientes e infrutíferas de Casas Bahia, Banco Itau, Oi, para citar apenas as duas mais recentes que ligam na casa da minha namorada, no telefone celular dela, ou no meu telefone celular. E nem estou falando dos e-mail que você não sabe se são spam ou apenas cadastros mal feitos.
Some-se a isto que as centrais de atendimento (call centers) possuem pessoas mal remuneradas, mal treinadas, mal preparadas e, em alguns casos, mal amadas que passam 6 horas por dia ligando (para não dizer incomodando) para alguém que não tem nada a ver com o problema, e chegam a perguntar se “você tem certeza que você não conhece nenhum fulano de tal, ou na sua casa ninguém conhece?”. É o fim da picada! Perguntassem isso ANTES de conceder o crédito e ainda estaria ruim, mas seria menos pior, pois seria apenas um telefonema. Um único “não” e o crédito não seria concedido, reduziria a inadimplência, e os incômodos a quem não tomou crédito, não conhece quem tomou, age de boa fé e paga seus impostos em dia.
Qual o resultado disto? O resultado é inadimplência maior, decorrente boa parte de gente que agiu de má-fé informando dados errados na elaboração do cadastro. Inadimplência maior significa maior custo para os bancos que, como sabemos, não perdem dinheiro e repassarão esta perda para quem está pagando em dia suas prestações. É LITERALMENTE os bons pagando pelos maus. Literalmente!
Sugestão para os fornecedores de crédito: chequem ANTES da concessão com um telefonema para cada número informado no cadastro, inclusive para as referências pessoais. Tecnologia tem. Basta aplicar, ainda que os vendedores mais apressados insistam em dizer que o processo atrasa a venda, ainda que hoje vivemos num mundo de urgências.
Deixo também uma sugestão de modus operandi para as empresas que não sabem como fazer isto de forma rápida. Uma CONSULTORIA GRÁTIS, com o intuito de me livrar dos chatos que me ligam sem necessidade: ao invés de preencher um formulário em papel, o preenchimento já seria feito em sistema (como os dados são sempre lançados em sistemas, o preenchimento direto representaria também ganho de tempo) estruturado de forma que, ao digitar qualquer número de telefone no campo adequado, uma mensagem imediatamente (imediatamente mesmo, assim que mudar de campo, sem esperar salvar o formulário) para as “eficientes” centrais de atendimento para que efetuem uma ligação para o número informado de modo a checar se o número existe de fato e se está de acordo com a informação fornecida pelo cliente.
Ao se fazer isto, além de ganhar tempo e aumentar a qualidade do cadastro, o comerciante se livraria do estelionatário que, ao perceber que seu golpe naquela instituição não deu certo, se não tiver sido preso no ato, tentará o golpe com o Ricardo Eletro, com o Bradesco, com a Tim ou com quem não esteja preparado para o século XXI.
Desculpem o desabafo. Da próxima vez eu prometo trazer-lhes um texto mais “paz e amor”.
Até a próxima
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