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A importância do exemplo em casa

  • Daniel Meinberg
  • 14 de ago. de 2016
  • 3 min de leitura

Não tenho filho, mas tenho sobrinhos. E, talvez, porque assisto de fora mas com proximidade a educação deles, percebo algumas coisas que precisam ser aprimoradas na educação financeira das crianças.

A primeira coisa que devemos sempre ter em mente é que o processo de aprendizagem infantil é fundamentalmente baseado nos exemplos dados pelas pessoas que são referências àquelas crianças. Se você escorregar, eles te pegam no pulo e te cobram coerência nas atitudes. Educar, definitivamente, não é tarefa fácil. E exige muita atenção também.

Em termos de educação financeira, ensinar pelos exemplos exige, dentre outros fatores, coerência nas ações. Se você chega para a criança e não compra um doce que ela pediu alegando não ter dinheiro e, instantes depois, saca um cartão de crédito e compra um sapato para ti, você dá um nó na cabeça da criança. A princípio ela pode não entender ou não perceber, mas vai chegar a hora que ela vai se virar para você e rebater sua negativa dizendo algo como "se não tem dinheiro, pague com cartão!" Xeque, meu amigo. E cuidado para não tomar um xeque-mate. Afinal, naquele dia que você que você não tinha dinheiro você pagou com cartão e, levando o sapato sem levar a bala.

Seria mais honesto de sua parte, ainda que mais trabalhoso, se tivesse dito que o dinheiro que você tem não é suficiente para cobrir as despesas já previstas, como comprar comida, pagar escola, a gasolina do carro, enfim... Uma resposta que poderia desencadear diversas outras perguntas, que também exigirão resposta atenta e cuidadosa para não se enrolar.

À medida que a compreensão desta questão orçamentária for crescendo, você pode propor uma pequena semanada (mesada é muito tempo para uma criança pequena), onde a criança vá gerir seu próprio orçamento (sob supervisão dos pais, claro) conforme as prioridades estabelecidas por ela, e gastar ao longo da semana de forma distribuída. É provável que na primeira semana a verba não chegue ao fim da semana. É importante - e lúdico - que a renda não seja complementada. Isto tenderá a educar a saber esperar, definir melhor prioridades, etc. Mais importante ainda é sentar com a criança e conversar, demonstrar onde falhou a execução orçamentária, saber porque o dinheiro não deu (de repente, a gente não está sabendo estimar os custos das guloseimas ou das pequenas diversões da criança). A segunda semana já deverá ser menos traumática: o orçamento já deverá ser mais bem conduzido. Com o tempo, e maturidade, o orçamento será enquadrado e não se assuste se começar a sobrar algum trocado para fazer uma poupança para as semanas seguintes. Não necessariamente Caderneta de Poupança. Aliás, se você entrar no comparador de investimentos disponível no Educando seu Bolso verificará que existem alternativas que potencializam o ganho financeiro. Estas pequenas poupanças devem ser festejadas e estimuladas: é a educação financeira geminando.

Com os anos, será importante espaçar as entradas de receita, para quinzenada e posteriormente a famosa mesada. Nesta fase, seria interessante abrir uma conta investimento para a criança depositar suas sobras com objetivos de sonhos maiores, aqueles que exigem recursos maiores do que os auferidos em poucas semanas. Ao perceber que recebe juros, é possível que as sobras tendam a ficar maiores, pois o grande sonho estará mais próximo.

Meu amigo, minha amiga, quando você conseguir que seu filho chegue a este estágio, comemore muito: nem 10% das crianças brasileiras chegam a este nível de consciência, a maior parte por despreparo dos pais. E seu filho tenderá a ser uma pessoa que dará valor ao dinheiro, saberá poupar, saberá conquistar grandes sonhos.

Até a próxima.

 
 
 

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