Devia ser crime mas só é antiético
- Daniel Meinberg
- 24 de ago. de 2016
- 2 min de leitura
Considerando que recebi isso de alguém que encontrou circulando pela Internet sem saber quem são os envolvidos não posso assegurar a veracidade dos fatos. Se alguém souber a fonte original, por favor, poste nos comentários para que seja dado o devido crédito. No entanto, é possível (e até provável, infelizmente) que seja verdade. Assim, vou relatar o caso e tecer meus comentários a seguir.
Em primeiro lugar, vamos ao caso (ou “causo”, como em MG chamamos os casos sem compromisso com a verdade, ou sem veracidade comprovada): diz a lenda que em determinado início de ano, com várias contas a pagar (IPVA, IPTU, matrículas e materiais escolares), um cidadão procurou seu gerente de banco para que este o auxiliasse a, digamos, redistribuir as despesas ao longo do ano. Talvez você não acredite, mas pelo menos neste causo o gerente sugeriu que usasse o rotativo do cartão de crédito para reduzir as despesas com cartão de modo que pudesse quitar à vista (e conseguir os devidos descontos irrisórios oferecidos pelas esferas de governo) os encargos e as despesas.
Até aqui vai o relato que chegou a mim e que sinceramente não sei se é verdade. Vamos à considerações.
A primeira: rotativo de cartão de crédito, assim como limite de cheque especial, são perfeitos... para não serem usados. As taxas de juros destas modalidades de financiamento, como já sabemos, são exorbitantes. Quase roubos mesmo. Quando me deparo com alguém usando isso sinceramente sinto pena da pessoa. No rotativo do cartão, a dívida chega a dobrar a cada 6 meses, ou em até menos tempo. É mole?
A segunda: a postura do gerente não foi ética. Definitivamente. Não vejo como, em sã consciência, defender a postura deste profissional (se assim pode ser qualificado). Ele teria muitos outros produtos em portfólio para oferecer ao cliente, com taxas de juros mais baixas, ou seja, uma relação mais justa com quem depositou confiança nele.
A terceira: corolário da anterior, não se deve confiar cegamente em gerente de bancos. Alguns são uns crápulas. Espero que não seja o caso do seu. Mas o caso em tela denota que há o risco de depararmos com um desses na próxima esquina.
A quarta: pagar à vista IPTU e IPVA, com os descontos que são oferecidos respectivamente pelas prefeituras e estados, só se você não precisar recorrer a empréstimos. E olhe lá, pois é possível que você consiga rendimentos maiores em aplicações financeiras bem feitas, pagando as parcelas e sobrando um trocado ao fim do ano.
A quinta: posturas como a acima, em meu entendimento, deveriam ser enquadradas como criminosas. Isto é roubo! Apropriação indevida do dinheiro do cliente. Será que os banco não estão satisfeitos “apenas” com as tarifas e spreads? Precisam de gerentes inescrupulosos e mal intencionados para aumentar-lhes os lucros? Tudo tem (ou deveria ter) limite. Inclusive a ganância das pessoas.
Por fim, reforço: espero que seja mentira, que este caso seja apenas um causo. Mas temo que seja verdade. Coloco o espaço à disposição para as autoridades tecerem também seus comentários.
Até a próxima.
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